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CBF apresenta modelo inédito de Fair Play Financeiro para o futebol brasileiro

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) realizou a última reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Fair Play Financeiro, no auditório da entidade. Durante o encontro, foi apresentada a versão preliminar do modelo de sustentabilidade financeira, desenvolvido em parceria com clubes, federações, especialistas independentes e consultorias.

Os participantes têm até às 18h do dia 14 de novembro para enviar sugestões. A versão final será apresentada no Summit CBF Academy, em 26 de novembro.

Construção coletiva do Fair Play Financeiro

Após três meses de debates, a CBF apresentou um modelo inédito para o futebol nacional. O diretor executivo da entidade e relator do GT, Helder Melillo, destacou o caráter colaborativo do processo:

“Ficamos muito felizes com a ampla participação dos clubes e federações. Recebemos diversas informações e sugestões, acolhendo cerca de 80% das contribuições. O regulamento reflete, em grande parte, as propostas feitas pelos participantes”, afirmou.

O modelo foi inspirado em regulamentos das cinco maiores ligas europeias — Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França — mas adaptado à realidade financeira dos clubes brasileiros.

Sustentabilidade como prioridade

Segundo Caio Rezende, diretor da CBF Academy, o maior desafio foi criar uma regulamentação que refletisse a realidade nacional:

“Estudamos modelos europeus, mas buscamos construir um sistema que priorize a sustentabilidade. A ideia é que os clubes não gastem mais do que arrecadam e não acumulem dívidas. O objetivo é garantir um ambiente seguro para atrair investimentos sem engessar a gestão”, explicou.

O trabalho contou também com a participação de Pedro Daniel (EY) e Cesar Grafietti (MCO/CON).

Reação positiva dos clubes

A proposta foi bem recebida pelos representantes dos clubes. O presidente do Grêmio, Alberto Guerra, elogiou a iniciativa:

“Foi feito um excelente trabalho em pouco tempo, com regras claras. Ainda há ajustes a serem feitos, mas é uma ferramenta necessária para o futebol brasileiro. Em médio e longo prazo, será positivo para todos os clubes.”

Programação paralela: SAFs, tributação e CNRD

Além da apresentação do modelo, a reunião incluiu painéis temáticos sobre assuntos relevantes para os clubes:

  • SAFs e Recuperação Judicial: O advogado Marcelo Doval Mendes destacou que o objetivo do Fair Play Financeiro é evitar que os clubes precisem recorrer à recuperação judicial.
  • Reforma Tributária: O especialista Igor Mauler alertou que os clubes serão fortemente impactados. SAFs terão alíquota de 8,5%, enquanto associações sem fins lucrativos pagarão cerca de 11%.
  • CNRD: O advogado Vantuil Gonçalves apresentou mudanças na Câmara Nacional de Resolução de Disputas, que será otimizada pelo novo sistema.