A crise nos bastidores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ganhou um novo capítulo. O vice-presidente da entidade, Fernando Sarney, protocolou um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a anulação do documento que sustenta Ednaldo Rodrigues no comando da CBF.
Sarney afirma que houve falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, o coronel Nunes, ex-presidente da CBF e integrante do conselho de administração da entidade. Com base nessa alegação, o dirigente pede o afastamento imediato de Ednaldo, alegando que existem provas robustas de que o documento é juridicamente inválido.
Pedido ao STF inclui retomada de processo e envio ao MP
No mesmo pedido, Fernando Sarney solicita a retomada do processo judicial que havia sido interrompido e requer que o caso seja encaminhado ao Ministério Público para a devida apuração dos “graves fatos” apontados.
Bastidores: rompimento, influência e disputa pelo poder
Fernando Sarney, filho do ex-presidente da República José Sarney, é um nome influente nos bastidores do futebol. Além de ocupar uma vice-presidência na CBF, também é membro do Conselho da FIFA. Segundo informações do portal Léo Dias, ele teria rompido com Ednaldo Rodrigues, contribuindo para o isolamento do atual presidente e acirrando a disputa interna pelo controle da entidade.
A trajetória de Ednaldo Rodrigues no comando da CBF
Ednaldo Rodrigues está no comando da CBF desde 2021, quando assumiu interinamente após o afastamento de Rogério Caboclo, acusado de assédio. Em março de 2022, foi efetivado no cargo por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público do Rio de Janeiro e a entidade.
No entanto, o TAC foi posteriormente considerado ilegal, já que o MP não teria legitimidade para interferir nos assuntos internos de uma entidade privada como a CBF. Com isso, Ednaldo chegou a ser destituído do cargo em dezembro de 2023, por decisão da 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio.
Decisão do STF garantiu permanência de Ednaldo
Apesar da decisão judicial contrária, Ednaldo retornou à presidência graças a uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, no início de 2024. O ministro alegou “evidente perigo de dano” à Seleção Brasileira, que poderia ser vetada do Pré-Olímpico da Venezuela e até dos Jogos Olímpicos de Paris, caso a gestão da CBF fosse desestabilizada naquele momento.