O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) determinou a suspensão preventiva do meia Miguelito, do América-MG, após uma acusação de injúria racial contra o atacante Allano, do Operário-PR. O episódio ocorreu no último domingo (4), durante partida válida pela Série B do Campeonato Brasileiro.
A decisão foi tomada pelo presidente do STJD, Luís Otávio Veríssimo Teixeira, que acatou o pedido da Procuradoria enquanto o julgamento definitivo não acontece. Miguelito foi denunciado formalmente e pode enfrentar uma pena de até 10 jogos de suspensão, além de uma multa de R$ 100 mil.
STJD vê medida como necessária para preservar credibilidade da competição
Segundo o presidente do tribunal, a suspensão preventiva não representa uma antecipação de pena, mas sim uma medida cautelar proporcional e necessária, voltada à preservação da moralidade e da credibilidade da Série B. A decisão também abre caminho para que o caso avance na esfera criminal. O Ministério Público poderá oferecer denúncia, configurando um processo penal contra o atleta.
Allano sofre ataques racistas nas redes sociais após denúncia
Desde que o episódio veio à tona, Allano tem sido alvo de ataques racistas nas redes sociais. Comentários ofensivos com termos como “macaco” e emojis de gorilas inundaram os perfis do atacante. Mesmo após restringir os comentários apenas para seguidores, as ofensas continuam surgindo. Muitas mensagens ainda acusam Allano de injustiça e demonstram apoio a Miguelito, ignorando a gravidade do ocorrido.
Denúncia ocorreu durante o primeiro tempo da partida
A denúncia de injúria racial foi feita durante o primeiro tempo do jogo. Allano e seu companheiro de equipe, Jacy, relataram que Miguelito teria dito a frase “preto do c*”** durante uma disputa de bola. A partida chegou a ser paralisada por 15 minutos, conforme prevê o protocolo antirracista da FIFA e da CBF, mas foi reiniciada sem aplicação de cartões ou alterações. A ofensa foi registrada na súmula do árbitro Alisson Sidnei Furtado.
Miguelito foi detido em flagrante e liberado no dia seguinte
Após o apito final, Miguelito, Allano e Jacy prestaram depoimentos à polícia. O jogador do América-MG foi preso em flagrante, mas acabou sendo liberado na segunda-feira (5). O caso segue sob investigação e pode ter desdobramentos na Justiça comum e na esfera esportiva.