A última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025 começa nesta segunda-feira (23/06), em meio a um alerta climático nos Estados Unidos. O país enfrenta sua primeira onda de calor extremo do ano, com duração prevista até quarta-feira (25/06). Cidades como Nova York, uma das sedes da competição, podem registrar temperaturas de 38 °C ou mais por vários dias consecutivos.
A previsão de calor intenso coincide com partidas decisivas do torneio intercontinental. Apesar da gravidade da situação, apenas um jogo está marcado para esta semana no MetLife Stadium, em Nova Jersey: Porto x Al-Ahly, às 22h (de Brasília). Mesmo no período noturno, a temperatura estimada para a hora da partida é de 31 °C, o que ainda impõe riscos à saúde dos atletas e torcedores.
Rodada final sob calor intenso
A situação se agrava com o fato de que alguns jogos da rodada decisiva estão programados para o início da tarde nos Estados Unidos — período de temperaturas mais elevadas. Um exemplo é o confronto entre Benfica e Bayern de Munique, agendado para 15h (de Brasília) em Charlotte, onde os termômetros devem atingir 37 °C.
Diante das condições adversas, a FIFA afirmou, em nota oficial, que monitora constantemente a situação climática por meio de sua equipe de especialistas. A entidade também destacou que mantém diálogo direto com os clubes envolvidos e que pausas para hidratação já estão sendo implementadas durante as partidas.
“A FIFA continuará monitorando as condições climáticas em coordenação com as equipes locais para garantir uma experiência segura para todos”, informou a entidade.
A organização também ressaltou que a saúde dos atletas, comissões técnicas e torcedores é prioridade, e que os clubes estão sendo orientados quanto à aclimatação e ao gerenciamento de calor.
Impacto no andamento dos jogos e preocupação com simultaneidade
Com partidas simultâneas sendo realizadas na rodada final, o clima levanta dúvidas sobre a condução dos jogos em caso de paralisações por calor. Se um dos confrontos for interrompido, ainda não está claro se o outro, no mesmo grupo, também será suspenso para garantir equidade esportiva.
Casos recentes de mal-estar em competições nos EUA
Nos últimos dias, o calor extremo já causou transtornos em outros esportes. No beisebol, atletas da MLB chegaram a desmaiar durante partidas. Elly De La Cruz (Cincinnati Reds) e Trent Thornton (Seattle Mariners) passaram mal no último sábado (21), enquanto atuavam sob altas temperaturas.
Já no Mundial de Clubes, medidas inusitadas começaram a ser adotadas. Durante a vitória do Borussia Dortmund sobre o Mamelodi Sundowns, os reservas do time alemão acompanharam o primeiro tempo de dentro do vestiário, para evitar exposição ao sol no TQL Stadium, em Cincinnati.
Além disso, Malo Gusto, jogador do Chelsea, comentou após a derrota para o Flamengo sobre a dificuldade em atuar sob calor tão intenso. No mesmo fim de semana, atletas do Real Madrid chegaram a retirar as chuteiras e usar sandálias nos bancos de reservas durante a vitória sobre o Pachuca, em Charlotte.
Preparação para o Mundial de Seleções de 2026
As altas temperaturas registradas neste torneio já servem de alerta para a Copa do Mundo de 2026, que também será disputada nos Estados Unidos. Em 1994, o país sediou o que foi até hoje o Mundial de seleções mais quente da história, com temperaturas chegando a 46 °C, como no duelo entre Alemanha e Coreia do Sul.
Alguns jogadores já encaram o cenário atual como preparação. Nomes como Harry Kane, atacante do Bayern de Munique, veem essa experiência como oportunidade para ajustar treinos e estratégias para o verão do próximo ano, quando os desafios climáticos podem ser ainda maiores.