As mulheres brasileiras dominaram o espetáculo em Paris 2024, mostrando sua força e determinação em todas as competições. De diferentes partes do Brasil, com histórias e origens diversas, elas provaram ser verdadeiras gigantes. Das 20 medalhas conquistadas pelo Brasil, 12 foram ganhas por mulheres, com mais uma vindo da equipe mista do judô, onde elas também tiveram um papel crucial.
Paris 2024 marcou a primeira vez que a delegação brasileira teve uma maioria feminina, e elas não foram apenas para competir, mas para brilhar entre as melhores do mundo. Além das medalhistas, atletas como Ana Sátila, que encantou o público com sua performance na canoagem slalom, Giullia Penalber, que ficou a uma luta do bronze, e Ana Marcela Cunha, que conquistou o quarto lugar na maratona aquática, escreveram capítulos memoráveis na história olímpica brasileira.
Rebeca Andrade: Um Nome no Topo do Olimpo Brasileiro
Rebeca Andrade fez história ao se tornar a maior medalhista olímpica do Brasil, conquistando seis medalhas no total, quatro delas em Paris, incluindo um ouro no solo. Competindo ao lado da lendária Simone Biles, Rebeca não apenas superou desafios, mas inspirou uma nova geração de ginastas no Brasil. Seu desempenho excepcional encheu as academias e projetos de ginástica artística em todo o país, refletindo seu impacto duradouro.
Em suas próprias palavras: “Ser referência, continuar incentivando e mostrando que a gente é capaz, fazer as pessoas acreditarem, acho que é algo lindo, que vou levar comigo para sempre. Mesmo que depois do esporte eu continue sendo esse tipo de referência para todas as pessoas que bateram o olho em mim, viram vídeo meu antigo ou novo, independente… que eu continue sendo isso. Se pro meu país já é um orgulho, imagina pro mundo todo, que olha pra mim e fala ‘olha o tamanho daquela menina, mas olha a grandiosidade que ela tem, é uma honra”, disse Rebeca ao Olympics.com.
A equipe brasileira de ginástica artística também alcançou um marco histórico, conquistando sua primeira medalha por equipes, um bronze que celebrou as carreiras de Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira e Júlia Soares. Este feito é um legado direto das pioneiras Daiane dos Santos e Daniele Hypolito.
Na ginástica rítmica, apesar da lesão de Victoria Borges que impediu o avanço do conjunto à final, Bárbara Domingos brilhou ao se tornar a primeira brasileira a chegar à final do individual geral.
Superação na Areia, na Grama e no Tatame
Aos pés da icônica Torre Eiffel, Ana Patricia e Duda conquistaram o ouro no vôlei de praia, repetindo o feito de Jacqueline e Sandra em Atlanta 1996. Em uma emocionante final contra o Canadá, as campeãs olímpicas de Nanjing 2014 consolidaram sua cumplicidade e amizade, elementos fundamentais para o sucesso.
Beatriz Souza, no judô, superou a favorita francesa Romane Dicko na categoria +78kg, conquistando o ouro e ajudando a equipe mista a garantir uma medalha inédita, ao lado de Ketlyen Quadros e Rafaela Silva.
No futebol, Marta, em sua sexta e última edição de Jogos Olímpicos, viveu momentos intensos que culminaram em sua terceira medalha de prata. Apesar de anunciar que esta seria sua última Olimpíada, Marta afirmou que nunca estará longe do futebol.
Brasileiras de Todas as Idades e Origens Brilharam
Tatiana Weston-Webb, representando os brasileiros multiculturais, conquistou a prata nas águas do Taiti, fazendo história no surfe feminino. Rayssa Leal, aos 16 anos, se tornou multimedalhista olímpica com o bronze no skate street, enquanto Larissa Pimenta e Beatriz Ferreira também subiram ao pódio, cada uma enfrentando desafios únicos.
O Legado das Atletas Brasileiras
A última medalha do Brasil foi assegurada por Thaísa, que agora possui três medalhas olímpicas no vôlei. Sob a liderança de José Roberto Guimarães e com o protagonismo de Gabi, a seleção feminina deu mais uma lição de garra e excelência.
“É o legado que eu deixo, espero ter feito da melhor maneira possível. Dei o meu melhor, errando e acertando. Queria muito ter conseguido ajudar mais, pra gente chegar na medalha de ouro, mas esse bronze é um ouro pra gente”, disse Thaísa. “Eu encerro aqui, eu me emociono muito. A única coisa que espero é ter deixado uma coisa boa no coração das meninas que tive a oportunidade de jogar junto.”