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Oscar

Oscar: A História do Esporte com Cinema

Neste domingo, 2 de março, o Brasil vive um momento histórico e emocionante com a expectativa de conquistar sua primeira estatueta do Oscar, a mais prestigiada premiação do cinema americano. O filme Ainda Estou Aqui, estrelado por Fernanda Torres e dirigido por Walter Salles, é a grande aposta nacional. Embora a atriz tenha pedido aos brasileiros que não criassem grandes expectativas, a repercussão nas redes sociais transformou essa disputa em um verdadeiro “final de Copa do Mundo”, com a torcida vibrando a cada indicação, como se fosse um gol decisivo. O orgulho e o fanatismo demonstrados nas plataformas digitais, embora incomuns no ambiente cultural, refletem características intrínsecas ao Brasil, um país onde o esporte e a paixão nacional se entrelaçam.

Essa relação entre esporte e entretenimento não é novidade, já que é comum ver atletas e ex-atletas assumindo papéis em filmes e novelas no Brasil. A influência de medalhistas olímpicos no cinema não se restringe aos Estados Unidos, com exemplos célebres como Johnny Weissmuller e Harold Sakata. No Brasil, figuras icônicas como Adhemar Ferreira da Silva e Pelé também marcaram presença nas telonas e telinhas.

Pensando nisso, o Olympics.com preparou uma lista especial de atletas brasileiros que se aventuraram no mundo do cinema e da televisão, com destaque para aqueles que, mesmo que uma única vez, se destacaram nas produções.

Adhemar Ferreira da Silva

Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico no salto triplo, foi convidado em 1956 para interpretar a Morte na peça Orfeu da Conceição, escrita por Vinicius de Moraes. Seu desempenho impressionou tanto que, em 1959, o cineasta francês Marcel Camus o convidou para reprisar o papel na adaptação cinematográfica Orfeu Negro, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Essa foi sua única experiência como ator, mas curiosamente o protagonista Breno Mello, também atleta, havia sido jogador de futebol, com destaque no Renner, campeão gaúcho em 1954.

Maurren Maggi

A campeã olímpica Maurren Maggi, vencedora do ouro no salto em distância nos Jogos Olímpicos de Beijing 2008, sempre teve grande visibilidade na mídia brasileira. Após sua carreira de sucesso no atletismo, ela participou de programas de TV e reality shows, incluindo a famosa Dança dos Famosos na Rede Globo. Além disso, em 2016, Maurren fez uma participação especial na novela Totalmente Demais, onde interpretou a si mesma como jurada de um concurso.

Rômulo Arantes

Rômulo Arantes foi um dos maiores nomes da natação brasileira entre as décadas de 1970 e 1980, competindo em três Jogos Olímpicos. Após sua aposentadoria, começou a receber convites para atuar em novelas e filmes, abandonando o esporte definitivamente em 1987. Rômulo brilhou em telenovelas como Sassaricando (1987), Pantanal (1990) e Xica da Silva (1996), tornando-se um conhecido ator brasileiro. Sua carreira foi interrompida tragicamente em 2000, com sua morte em um acidente de ultraleve.

Sandro Viana

A história de Sandro Viana é um exemplo de superação e reinvenção. Ex-corretor de imóveis, ele decidiu se tornar velocista aos 24 anos, inspirando-se em Claudinei Quirino. Sua dedicação o levou a se destacar no revezamento 4x100m, conquistando medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos e bronze nos Jogos Olímpicos de Beijing 2008. Após sua aposentadoria, Sandro foi convidado para interpretar a si mesmo no filme Pés de Peixe (2024), um longa que conta a história de um jovem ribeirinho e seu treinador, vivido por Sandro.

Pelé

Impossível falar de atletas brasileiros no cinema sem mencionar Pelé, o “Rei do Futebol”. Com sua fama global, Pelé foi constantemente convidado para participar de filmes e séries, tanto no Brasil quanto no exterior, durante e após sua carreira no futebol. Entre suas participações mais conhecidas estão Fuga para a Vitória (1981), onde atuou ao lado de Michael Caine e Sylvester Stallone, e Os Trombadinhas (1980), que ele mesmo idealizou. No Brasil, Pelé também participou de novelas como Salvador da Pátria (1989) e O Clone (2002), consolidando sua imagem como um ícone cultural.

Esses atletas são apenas alguns exemplos de como o Brasil tem uma rica tradição de esportistas que se aventuram no mundo do entretenimento, consolidando ainda mais a relação entre esporte e cultura no país.